A
Petrobrás destruiu gravações das reuniões do seu Conselho de
Administração, entre elas as que trataram de negócios investigados na
Operação Lava Jato. Em resposta a pedidos do Estado, feitos por meio da
Lei de Acesso à Informação, a estatal informou que áudios e vídeos com
os diálogos dos conselheiros são "eliminados" após formalizadas as atas
dos encontros. Nos registros supostamente apagados, constavam as
participações da presidente Dilma Rousseff, que chefiou o colegiado de
2003 a 2010, quando era ministra da Casa Civil do governo Lula.
A
destruição das gravações torna mais difícil saber, em detalhes, como se
deram as discussões dos conselheiros ao aprovar os investimentos da
companhia. Também compromete a investigação de eventuais irregularidades
cometidas por eles no exercício dessas funções. Aos integrantes do
colegiado, cabe dar aval para as principais obras da empresa, incluindo
empreendimentos alvos da Lava Jato, que apura esquema de corrupção,
cartel e superfaturamento na empresa.
As
atas das reuniões registram os assuntos debatidos, mas não na
integralidade. Por isso, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da
Petrobrás e o Tribunal de Contas da União (TCU) cobram informações sobre
o paradeiro das gravações. A estatal vem protelando respostas. A CPI
deu prazo até segunda-feira para a entrega dos registros existentes
sobre os encontros, sob pena de requerer uma busca da Pol?cia Federal na
sede da petroleira, no Rio de Janeiro.
O
tribunal decidiu checar, nas fiscalizações sobre obras e serviços da
companhia, se os conselhos Fiscal e de Administração praticaram "atos de
gestão ruinosa ou deixaram de atuar com o necessário dever de cuidado"
ao aprová-los. Isso significa que a presidente Dilma pode ser implicada
por eventuais falhas detectadas nas auditorias.
O Estado de São Paulo
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