Com ou sem Dilma Rousseff, o PMDB decidiu que vai trabalhar para
manter-se no poder a partir de 2018, mas trocando o Palácio do Jaburu,
sede da Vice-Presidência, pelo do Planalto. A despeito da crise que
engole a atual gestão da presidente e dos rumores de encurtamento do
mandato dela, os líderes peemedebista traçaram um projeto para ter um
candidato forte na disputa pela Presidência daqui a três anos e meio. Se
Dilma permanecer até o fim de seu mandato, o caminho do PMDB rumo ao
Planalto passará pelas gestões de Renan Calheiros (AL) e de Eduardo
Cunha (RJ) nos comandos das duas Casas do Congresso e pela administração
do prefeito Eduardo Paes no Rio de Janeiro, sede dos Jogos Olímpicos de
2016.
Antes de falar em nomes, a cúpula peemedebista acha que precisa
utilizar essas três frentes para imprimir uma imagem de partido
"pragmático", capaz de criar um terceira via entre a polarização
tucano-petista das últimas décadas. A intensa agenda imposta por Cunha e
Renan no Legislativo, aliada ao sonhado sucesso dos Jogos, daria ao
partido a oportunidade de construir um discurso "realizador" em 2018. Se
isso der certo, o mais provável é que Paes e Cunha disputem a indicação
para ser o candidato.
Até lá, Cunha e Renan devem trabalhar para manter
Dilma fragilizada, pois uma presidente fraca significa um Executivo
fraco, o que abre espaço para um Legislativo forte, avaliam. A
estratégia dos dois seria desgastar Dilma mediante sucessivas derrotas
no Congresso.O próximo passo do projeto peemedebista de voltar ao
Planalto após o fim da gestão Sarney (1985-1990) é a saída do
vice-presidente Michel Temer da função de articulador político de Dilma.
O grupo do vice não estaria disposto a esperar as eleições de 2018.
Estadão Conteúdo
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