No início do julgamento que pode decidir
pelo fatiamento das apurações da Operação Lava Jato, o procurador-geral
da República, Rodrigo Janot, defendeu nesta quarta-feira (23) que não
há uma investigação de “empresas nem delações premiadas”, mas de uma
“enorme organização criminosa que se espalhou pelos braços do serviço
público”.
Os ministros começaram a discutir uma
questão de ordem do ministro Dias Toffoli sobre os rumos das
investigações de provas contra a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) por
não terem ligação direta com o esquema de corrupção da Petrobras.
O entendimento do STF deve fixar se o
ministro Teori Zavascki e o juiz federal no Paraná Sérgio Moro, que
comandam as investigações da Lava Jato, são ou não competentes para
analisar casos ligados à operação que não têm relação direta com os
desvios na estatal.
“Existe uma operação de mesma maneira,
mesmos atores, mesmos operadores econômicos, que atuaram no fato empresa
Consist e no fato empresa Petrobras. Não estamos investigando empresas
nem delações, mas uma enorme organização criminosa que se espraiou para
braços do setor público”, disse.
Para Janot, as provas contra a senadora
estão interligadas à Operação Lava Jato. “Existem dois operadores que
conversavam simultaneamente sobre um modus operandi idêntico na
distribuição e obtenção ilícita de um lado e de outro. A eventual
determinação do local da pratica de ilícito o fato de empresa ter sede
em são Paulo tem que ser levado em conta é que a lavagem de dinheiro
ocorria através dois escritório de advocacia em Curitiba”, disse.
O possível fatiamento da operação
preocupa integrantes da força-tarefa da Lava Jato. O procurador Carlos
Fernando dos Santos Lima disse à Folha de S.Paulo que a divisão pode
significar “o fim da Lava Jato tal qual conhecemos”. Nos bastidores,
investigadores temem que a decisão do STF tenha tido influência
política.
Folha Press
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