Reportagem
publicada pelo jornal El País nos leva a imaginar que dois pais de
família brasileiros com salários bem distintos resolvam comprar hoje, um
dia após o Governo anunciar um pacote de novos impostos, uma bola
oficial da CBF para seus respectivos filhos. Ela custa 400 reais, sendo
que quase metade desse valor (185,96 reais) vem de impostos embutidos no
produto. Se o primeiro pai for da classe A, com um salário mensal de
30.000 mensais, o peso do imposto seria de apenas 0,62% do salário
mensal.
Se o segundo pai for da emergente classe C, com um salário de 1.200
reais, ele significa 15,5% do seu ganho mensal. O caso hipotético,
citado pelo presidente executivo do Instituto Brasileiro de Planejamento
Tributário (IBPT), João Eloi Olenike, serve para exemplificar o
funcionamento do atual sistema tributário brasileiro: como não se aplica
de acordo com a faixa de renda de cada um, acaba penalizando mais a
classe com menor poder aquisitivo. Em outras palavras, ele tributa igual
os desiguais.
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