Em depoimento à Polícia Federal, o
doleiro Alberto Youssef afirmou que o presidente do PP, senador Ciro
Nogueira (PI), recebeu US$ 150 mil para se filiar ao partido.
Um dos principais personagens da Lava
Jato, Youssef disse que a verba foi acertada com o ex-deputado José
Janene (PP), morto em 2010 e não teria saído do esquema de corrupção da
Petrobras. A origem do dinheiro seria "recursos próprios", obtidos a
partir do esquema conhecido como Banestado.
Youssef relatou ainda que em 2011 foi
chamado por Ciro Nogueira para uma reunião na casa do parlamentar para
discutir "conflito interno do PP" por conta dos recursos indevidos do
esquema de corrupção da Petrobras.
Na reunião, o doleiro disse que
recomendou que os dois grupos do PP que disputavam o comando da legenda
deveriam chegar a um consenso e parar com exposição da briga interna do
partido.
O pagamento de dinheiro desviado da
Petrobras a congressistas do PP provocava brigas e obedecia a uma
espécie de tabela de preços proporcional à força política de cada um,
disse o doleiro Alberto Youssef em delação.
Segundo o doleiro, líderes do PP
recebiam entre R$ 250 mil e R$ 500 mil por mês, enquanto "demais
parlamentares recebiam entre R$ 10 mil e R$ 150 mil conforme sua força
política dentro do partido".
Youssef era o operador do PP na
diretoria de Abastecimento, então sob Paulo Roberto Costa. Ele
intermediava propina de empreiteiras a Costa. Um percentual ia para o
PP.
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