A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta terça-feira (24), em seu
discurso de abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova
York, que as denúncias de espionagem do governo americano ao Brasil são
um exemplo de violação grave dos direitos humanos. "Estamos diante de um
caso grave de violação dos direitos humanos e das liberdades civis",
declarou. "Sem o direito à privacidade, não há verdadeira liberdade de
opinião, e não há democracia", afirmou a gestora, ao dirigir-se ao
presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.
A presidente afirmou ainda
que a espionagem de um país a outro "fere o direito internacional e
afronta os princípios que devem reger as relações entre eles". "Jamais
pode uma soberania firmar-se em detrimento de outra soberania", disse
Dilma. "Pior ainda quando empresas privadas estão sustentando esta
espionagem." Dilma Rousseff ainda demonstrou indignação com
justificativas de que a espionagem teria ocorrido por motivos de
segurança. "Não se sustentam argumentos de que a interceptação
destina-se a proteger as nações contra o terrorismo. O Brasil, senhor
presidente, sabe se proteger.
O Brasil não dá abrigo a grupos
terroristas", disse. "Vivemos em paz com nossos vizinhos há mais de 140
anos. Já lutei contra a censura, não posso deixar de defender o direito à
privacidade dos indivíduos e a soberania do meu país", discursou. "Não
podemos permitir que ações ilegais recorrentes tenham curso como se
fossem normais, elas são inadmissíveis", completou, ao informar que o
governo brasileiro fará "o que estiver ao seu alcance" para defender os
direitos humanos.
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