Elevar impostos sobre o cigarro e,
consequentemente, aumentar o preço do produto são fortes indutores da
redução de consumo do tabaco no Brasil e no mundo. Os resultados fazem
parte da Pesquisa Internacional de Tabagismo (ITC, na sigla em inglês),
apresentada nesta sexta-feira (30) em razão do Dia Mundial sem Tabaco,
lembrado no sábado (31).
De acordo com o estudo, os cigarros se
tornaram economicamente menos acessíveis entre 2009 e 2013, com uma
redução média anual no consumo de 2%, considerando o número de cigarros
fumados por dia, o preço pago na compra do produto, a renda familiar e o
número de adultos na residência do fumante. Metade dos fumantes
entrevistados pensou em parar de fumar ou diminuir a quantidade de
cigarros que fuma para economizar.
No Brasil, os dados econômicos mostram
que os impostos sobre cigarros subiram 116%, por maço, entre o fim de
2006 e o fim de 2013. Como consequência direta, a venda de cigarros no
país sofreu uma queda de 32% no mesmo período. Já o número de fumantes
diminuiu 28%. As análises comprovaram também que a elevação na carga de
impostos sobre cigarros aumentou a receita tributária advinda do setor
em 113% no mesmo período.
A pesquisa foi coordenada pela
Universidade de Waterloo, no Canadá, e desenvolvida em 20 países. O
estudo mediu o impacto psicossocial e comportamental das principais
medidas da Convenção-Quadro da Organização Mundial da Saúde para o
Controle do Tabaco.
A secretária executiva da Comissão
Nacional de Implementação da convenção-quadro, Tânia Cavalcante, avaliou
que o Brasil vive um momento ímpar em relação a políticas de combate ao
tabaco. “Isso mostra que trabalhar em coalisão, em aliança, em parceria
é um importante antídoto para a questão do tabagismo.”
O diretor-presidente da Agência Nacional
de Vigilância Sanitária (Anvisa), Dirceu Barbano, lembrou que os
avanços devem ser reconhecidos e preservados, mas ressaltou desafios
como a regulamentação da lei que trata de ambientes livres de tabaco e
da propaganda de cigarros.
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