A senadora Marta Suplicy (PT-SP) voltou a
criticar a presidente Dilma Rousseff e a condução da política
econômica, gerida, segundo ela, sem “transparência”, “confiança” e
“credibilidade”. Após listar uma série de problemas, da economia à
saúde, a senadora decreta: “A peça se desenrola com enredo atrapalhado e
incompreensível. O diretor sumiu”, afirmou Marta, em artigo publicado
na edição desta terça-feira, 27, do jornal Folha de S.Paulo.
Desde que deixou o Ministério da Cultura,
no fim do ano passado, a petista tem feito duras críticas à política
econômica do governo federal. No começo deste mês, em entrevista ao
Estado, a senadora também atacou a presidente, colegas de partido e o
próprio PT: “Ou o PT muda ou acaba”, disse. Os gestos da senadora têm
sido interpretados como a sinalização de que Marta deseja deixar a
legenda para poder concorrer à Prefeitura de São Paulo nas eleições de
2016. O prefeito Fernando Haddad é visto atualmente como nome natural do
PT para disputar o cargo.No artigo
publicado nesta terça, Marta diz que falta apoio de Dilma aos nomes que
escolheu e acusa a presidente de “desautorizar” um membro da equipe.
Marta se refere ao caso da mudança da regra do salário mínimo, anunciado
pelo ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, e desmentido em nota no
dia seguinte. “A situação persiste sem clareza do que pensa a
presidenta.”
Marta coloca a presidente na mira também do
PT ao lembrar das queixas feitas pela Fundação Perseu Abramo, ligada ao
partido, às medidas adotadas no início deste segundo mandato. As
críticas da senadora se estendem também ao PT, que, de acordo com ela,
está insatisfeito com a presidente, mas que “vive situação complexa”.
Marta acusa seu partido de ter “embarcado no circo de malabarismos
econômicos” e prometer um futuro sem agruras, mas “agora está atarantado
sob sérias denúncias de corrupção”.
Para a senadora, faltou transparência ao
governo na condução da política econômica e no discurso eleitoral. “O
simpatizante PT não entende o porquê. Se tudo ia bem, era necessário
alguém para implementar ajustes e medidas tão duras e negadas na
campanha? Nenhuma explicação”, argumenta.
Estadão
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