O setor pesqueiro do Rio Grande do Norte, que envolve mais de 40 mil
trabalhadores no Estado, vem enfrentando dificuldades. Um dos maiores
problemas dessa cadeia produtiva diz respeito ao escoamento da produção.
Segundo informou o novo subsecretário da Pesca do RN, o professor
Antônio-Alberto Cortez, o Estado vive um momento contraditório. Apesar
da produção significativa de pescado em território potiguar, as
estatísticas demonstram redução na atividade no que tangem as
exportações.
Dados informados por Cortez mostram a gravidade da situação. Em 2004,
o segmento contribuiu com U$ 110 milhões em exportação só de pescado,
quando todos os produtos do Estado exportados somaram cerca de U$ 573
milhões. Dez anos depois, em 2014, o total de exportações em pescado
caiu mais de U$ 90 milhões, chegando a pouco mais de U$ 18 milhões. No
ano passado, a exportação total do RN também não foi nada satisfatória,
fechando o ano com uma média de R$ 251 milhões.
“Se formos analisar, todas as cadeias produtivas estão em queda
quanto às exportações. Mas o setor pesqueiro sofreu uma queda que eu
considero frustrante. Em 2004 contribuímos com quase 20% das
exportações. Hoje não chegamos nem a 10%”, avaliou.
Para Antônio-Alberto Cortez, um problema de tamanha magnitude não tem
apenas uma causa. “Esse resultado que temos hoje vem de uma série de
fatores. Entre essas causas, devemos considerar a crise nacional que se
estabeleceu a partir de 1998, prejudicando as exportações do país; a
queda do dólar em anos passados, que é sempre desestimulante para a
exportação; e problemas como questões ambientais e atraso nas portarias
ou normativas para atuação do setor”, disse. “Temos carência da
agilidade da legislação pertinente”.
Com toda essa dificuldade, o RN continua com grande potencial na
produção pesqueira. O Estado é o maior produtor de atum do país e o
maior fornecedor da Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais
de São Paulo).
“Precisamos evitar que a situação piore e retomar nosso potencial de
exportação. Há uma determinação por parte do governador Robinson Faria
para que o setor se dinamize. E é nisto que estamos trabalhando. Ainda
não temos um plano de ações fechado, mas as metas estão sendo pensadas
e, na medida do possível, serão aplicadas”, disse.
O Jornal de Hoje
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