O empresário Augusto Mendonça Neto, um dos delatores do esquema de
corrupção investigado na Operação Lava Jato, confirmou, em depoimento
prestado à Justiça Federal, que pagou propina a Paulo Roberto Costa e
Renato Duque, ex-diretores da empresa. Segundo Mendonça Neto, a propina
estava "institucionalizada" durante a gestão dos acusados.
Em depoimento prestado ontem (3) ao juiz federal Sérgio Moro,responsável pela investigação, o delator confirmou que a Toyo Setal, empresa na qual é sócio, participava de um "clube" de empreiteiras que prestavam serviços à Petrobras. Segundo o empresário, se os pagamentos não fossem feitos a Costa e Duque, as empresas de construção civil poderiam ser prejudicadas nos contratos.
"Nós tivemos dois contratos obtidos dessa forma. Pelo lado de Paulo Roberto, fui procurado pelo ex-deputado José Janene – morreu em 2010 –, que nos pressionou muito para que houvesse pagamento de comissão em nome da direitoria de Paulo Roberto. Pelo lado da diretoria de Renato Duque, eu fui procurado e discuti essas questões com o próprio Duque e Pedro Barusco, que era gerente de Engenharia da Petrobras na época. Eles me pediram, no caso do Paulo Roberto, 1%, e no caso do Renato Duque, 2%, sobre o valor do contrato", afirmou.
Em depoimento prestado ontem (3) ao juiz federal Sérgio Moro,responsável pela investigação, o delator confirmou que a Toyo Setal, empresa na qual é sócio, participava de um "clube" de empreiteiras que prestavam serviços à Petrobras. Segundo o empresário, se os pagamentos não fossem feitos a Costa e Duque, as empresas de construção civil poderiam ser prejudicadas nos contratos.
"Nós tivemos dois contratos obtidos dessa forma. Pelo lado de Paulo Roberto, fui procurado pelo ex-deputado José Janene – morreu em 2010 –, que nos pressionou muito para que houvesse pagamento de comissão em nome da direitoria de Paulo Roberto. Pelo lado da diretoria de Renato Duque, eu fui procurado e discuti essas questões com o próprio Duque e Pedro Barusco, que era gerente de Engenharia da Petrobras na época. Eles me pediram, no caso do Paulo Roberto, 1%, e no caso do Renato Duque, 2%, sobre o valor do contrato", afirmou.
O empresário relatou que o doleiro Alberto Youssef,
preso na operação, atuava como operador financeiro e que havia cobrança
"efetiva" para que a propina fosse paga.
"Pelo lado do Paulo
Roberto, [os pagamentos] foram notas fiscais emitidas por empresas do
gerenciamento deles. Depois das negociações com Janene, apareceu a
figura do Alberto Youssef , que operava os pagamentos e, eventualemente,
fazia as cobranças. Pelo lado da diretoria de Renato Duque, conseguimos
notas fiscais de serviços que deveriam ter sido prestados na obra e não
foram. Os fornececedores faziam os pagamentos onde havia sido indicado,
contas no exerior ou entregues em recursos", declarou Mendonça Neto.
Ele
prestou depoimento como testemunha de acusação dos desvios nas ações
penais abertas para investigar as empreiteiras que foram alvo da sétima
fase da Operação Lava Jato, deflagrada em novembro do ano passado. Antes
da operação, o empresário fez acordo de delação premiada no qual também
confirmou o pagamento de propina aos ex-diretores da estatal. Ele
também é réu.
A defesa de Renato Duque afirma que nunca houve
recebimento de propina durante sua gestão. Paulo Roberto Costa fez
acordo de delação premiada no qual indicou como funcionavam o pagamentos
ilegais na estatal.
NoMinuto
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