Faltando cinco dias para a Páscoa, comerciantes relatam que a procura
por ovos de chocolate e produtos relacionados está em baixa. Lojistas e
clientes de Natal ouvidos pelo JORNAL DE HOJE acreditam que os
consumidores não querem gastar devido à crise econômica no país, que fez
aumentar o preço de quase todos os alimentos e serviços no mercado e,
consequentemente, diminuir o poder de compra das pessoas.
Pesquisa realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens,
Serviços e Turismo (CNC), divulgada na semana passada, registra um recuo
de 0,5% nas vendas da Páscoa deste ano, em relação à igual período de
2014, e reafirma que a queda da atividade econômica no Brasil é a
principal responsável pelo resultado negativo.
“As expectativa realmente não estão muito boas para este ano. Estamos
notando que a movimentação está baixa, mas esperamos que isso possa
mudar nos próximos dias”, afirmou Maria do Socorro, gerente de uma
doceria. “Normalmente as vendas aquecem na véspera. Esperamos que amanhã
(1), quinta-feira (2) e sábado (4) as lojas da rede estejam
movimentadas”, destacou a gerente.
A previsão da Confederação Nacional do Comércio é de que o País
movimente R$ 2,6 bilhões em negócios, o que representaria a primeira
queda em 11 anos no volume vendido para a data. No ano passado, as
vendas durante a Páscoa cresceram 3,0% em relação às de 2013, já
descontada a inflação. O comércio não registrava queda no volume vendido
desde 2004, quando o faturamento real apontado foi 4,8% menor que o do
ano anterior.
A ausência das pessoas nos estabelecimentos à procura dos ovos de
chocolate é justificada pelos preços, que chegam a variar em até 70% em
alguns locais. Uma caixa de bombons, por exemplo, pode custar de R$ 6,49
a R$ 10, dependendo do supermercado ou mercadinho consultado. Um ovo de
45 gramas pode custar entre R$ 4,99 e R$ 8,09, uma variação de 62,45%.
Outro, um pouco maior, de 150 gramas, pode ser encontrado de R$ 19,70 a
R$ 31,85. Há também que encontre um ovo de páscoa de 480g por quase R$
70 reais.
Por causa da inflação e da expectativa de vendas fracas neste ano, a
proprietária de um supermercado na capital potiguar, que preferiu não se
identificar à reportagem, decidiu comprar uma pequena quantidade de
ovos de páscoa, sem ampliar estoques.
“Não vejo as pessoas paradas na sessão de chocolate, como é de
costume presenciar nesta época do ano. Para evitar prejuízo, comprei
pouca quantidade de ovos. Se eu eu notar que haverá saída do produto,
comprarei mais de última hora para repor o estoque. Acho que essa é a
melhor forma de agir”, disse.
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