O ex-deputado federal André Vargas foi condenado nesta terça-feira (22)
pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, que resultaram
em propina de R$ 1.103.950,12 por intermédio de contratos de publicidade
firmados com a Caixa e com o Ministério da Saúde. Considerado culpado
pelo juiz federal Sergio Moro, Vargas deverá cumprir pena de 14 anos e
quatro meses de reclusão em regime inicialmente fechado, mais 280
dias-multa. O irmão do ex-parlamentar, Leon Vargas, também foi condenado
pelos mesmos crimes e vai cumprir pena de 11 anos e quatro meses, além
de 160 dias-multa. De acordo com o G1, o publicitário Ricardo Hoffmann
foi condenado pelos crimes de corrupção ativa e lavagem de dinheiro, com
pena de 12 anos e dez meses, com 231 dias-multa.
Os irmãos Vargas e
Hoffmann foram absolvidos pelo crime de pertinência a organização
criminosa. "Não há prova suficiente do vínculo associativo entre os
acusados", justificou Moro. Ao calcular a pena de Vargas, o juiz
considerou a responsabilidade do cargo de vice-presidente da Câmara e
relembrou gesto do então deputado na abertura dos trabalhos legislativos
de 2014. Na época, Vargas ergueu o punho cerrado ao lado do então
presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa.
"Entretanto, retrospectivamente, constata-se que o condenado, ao tempo
do gesto, recebia concomitantemente propina em contratos públicos por
intermédio da Borghi Lowe. Nesse caso, o gesto de protesto não passa de
hipocrisia e mostra-se retrospectivamente revelador de uma personalidade
não só permeável ao crime, mas também desrespeitosa às instituições da
Justiça", avaliou o juiz.
André Vargas e Ricardo Hoffmann já estão
presos e não poderão recorrer da sentença em liberdade, considerando que
os condenados estavam envolvidos na prática "habitual, sistemática e
profissional" de crimes contra a Administração Pública Federal e de
lavagem de dinheiro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário