Unidos
na chapa presidencial, PT e PMDB deram início nesta segunda-feira
àquele que deve ser dos primeiros embates entre as duas legendas no
segundo mandato da presidente Dilma Rousseff: a disputa pela presidência
da Câmara, prevista para ocorrer no dia 1º de fevereiro.
"Não
tem sentido você defender que o partido que ganhou a eleição fique
também com o comando do Congresso. Seria uma hegemonização do poder na
mão no PT", afirmou o líder do PMDB, Eduardo Cunha(RJ), um dos cotados
para disputar o posto hoje ocupado pelo deputado Henrique Alves,
candidato derrotado a governador do RN.
"Acho
que a Casa não aceitará isso. Acho até que para quem quer buscar
conciliação não é de bom alvitre a gente manter uma concentração num
único partido de tanto poder", acrescentou o deputado ao citar o
primeiro discurso da presidente Dilma Rousseff, feito no último domingo
após ser reeleita.
Na
eleição deste ano, o PT assegurou a maior bancada, elegendo 70
deputados, quatro a mais do que o PMDB, segundo no ranking. Pela
tradição, os petistas teriam preferência de escolha. Para evitar brigas,
desde 2007 ambos fazem um acordo de rodízio na presidência, que deverá
ser rompido neste ano. "É normal e natural que a gente tenha o direito
de indicar um candidato", afirmou Marco Maia (RS), que já presidiu a
Câmara e é cotado para voltar à cadeira.
O
vice-presidente do PT, deputado José Guimarães (CE) endossou o
argumento do colega, mas preferiu adotar um tom conciliador, em razão da
vitória apertada da presidente Dilma Rousseff no segundo turno.
"É
natural ficarmos com o posto, sempre foi assim. Mas tudo está em
aberto, a palavra de ordem agora é de diálogo porque todos ainda estão
sob os efeitos dos resultados das urnas", afirmou. Dentre as estratégias
dos dois partidos para obter maioria de votos na briga pelos principais
postos da Casa, está a formação de blocos partidários, que também
negociariam cargos estratégicos como presidência de comissão e relatoria
dos projetos.
ESTADÃO CONTEÚDO
ESTADÃO CONTEÚDO
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